Tipos de turbulência: características e impactos

Pilotos e comissários de bordo são treinados para lidar com situações de turbulência e garantir a segurança do voo.

A turbulência, caracterizada por oscilações bruscas da aeronave durante o voo, é um fenômeno comum que pode gerar apreensão. Apesar de desconfortável, ela é parte natural do voo e, na maioria dos casos, não representa risco à segurança.

Neste texto, vamos descobrir os diferentes tipos de turbulência e o porquê de acontecerem. Em todo caso, embora a maioria seja leve e segura, pode ter casos mais graves.  Por isso, é fundamental seguir as instruções da comissária de bordo durante o voo. Confira!

1.  Térmica

Quando o sol aquece diferentes áreas da superfície terrestre de maneira desigual, ocorrem variações na temperatura do ar em diferentes altitudes. Desse modo, essas variações levam à formação de correntes de ar ascendentes e descendentes, criando um movimento caótico conhecido como turbulência térmica.

Para os pilotos, a turbulência térmica pode ser uma experiência desafiadora, especialmente durante a decolagem e a aterrissagem, quando as mudanças súbitas na direção e na velocidade do vento podem afetar o controle da aeronave.

Além disso, ela também pode afetar o conforto dos passageiros, causando sacudidas e vibrações inesperadas durante o voo. Para minimizar os efeitos, os pilotos muitas vezes tentam evitar áreas de aquecimento solar intenso ou procuram altitudes onde ela seja menos pronunciada.

2.  Mecânica

Diferente da térmica, que é impulsionada pelo aquecimento desigual da superfície terrestre, a turbulência mecânica é desencadeada pelo atrito entre massas de ar em movimento, muitas vezes influenciado por fatores geográficos e topográficos.

Além disso, a presença de sistemas meteorológicos dinâmicos, como frentes frias ou quentes, pode intensificá-la. À medida que esses sistemas se movem pela superfície terrestre, eles podem gerar diferenças abruptas na velocidade e direção do vento, resultando em áreas de instabilidade atmosférica.

Também pode ser influenciada por fenômenos de microescala, como brisas terrestres e marítimas, que surgem devido às diferenças de aquecimento entre a terra e a água. Desse modo, essas brisas podem criar gradientes de vento.

Para os pilotos, lidar com ela requer habilidade e atenção, especialmente durante a decolagem e a aterrissagem. Sendo assim, estratégias de mitigação são frequentemente empregadas para evitar as áreas de maior intensidade.

3.  De cisalhamento do vento

Esse tipo de turbulência é frequentemente associado a gradientes verticais acentuados de vento, que podem surgir devido a uma variedade de fatores. Por exemplo, variações na rugosidade da superfície terrestre, influência de fenômenos meteorológicos ou ainda mudanças na estabilidade atmosférica.

Dessa maneira, a mudança abrupta na velocidade e direção do vento entre a camada limite planetária e a atmosfera livre cria condições propícias para a formação. Isso porque as diferenças na velocidade do vento podem induzir a formação de redemoinhos e vórtices, criando regiões de turbulência que podem ser desafiadoras para a aviação.

Outro cenário comum que pode gerar esse tipo é a presença de jatos de vento, que são correntes de ar de alta velocidade confinadas a camadas estreitas da atmosfera. Sendo assim, esses jatos de vento podem se desenvolver em altitudes variadas e são frequentemente associados a sistemas meteorológicos.

4.  De montanha

A turbulência de montanha ocorre quando o vento encontra uma barreira física, como uma montanha, e é forçado a se elevar sobre ela. Logo, essa interação entre o vento e o relevo montanhoso pode gerar turbulência significativa, representando um desafio adicional para os pilotos e a aviação em geral.

Quando o vento encontra uma montanha, ele é desviado para cima, criando ondas de montanha na atmosfera. Logo, essas ondas de montanha podem se estender por dezenas ou até centenas de quilômetros além da própria montanha, afetando as condições de voo em uma área considerável.

Além disso, a turbulência de montanha também pode ser influenciada por fatores sazonais, como mudanças na direção predominante do vento ou a presença de sistemas meteorológicos locais, como brisas de vale e ventos de foehn.

Nesse sentido, esses elementos adicionais podem contribuir para a complexidade e imprevisibilidade da turbulência de montanha. Consequentemente, exige uma atenção especial por parte dos pilotos ao planejar e executar voos em áreas montanhosas.

5.  De onda de gravidade

Por fim, essa forma de turbulência é frequentemente associada a mudanças drásticas na estabilidade atmosférica. Geralmente, desencadeadas por fatores como variações na temperatura e na pressão atmosférica.

Aliás, a turbulência de onda de gravidade pode ocorrer em uma variedade de escalas, desde pequenas, que causam apenas sacudidas leves, até grandes sistemas de ondas que podem estender-se por centenas de quilômetros.

Sem dúvidas, essa diversidade de escalas torna a turbulência de onda de gravidade um desafio para os pilotos e meteorologistas, pois pode ser difícil prever sua ocorrência e intensidade com precisão.

Prontinho! Ainda que a turbulência tenha vários tipos e intensidades, os pilotos e controladores de voo sabem como lidar nessas situações. Fique tranquilo. Do céu para o mar, descubra os 4 maiores tsunamis do mundo. Até a próxima!