Do caos ao cosmos: a origem da vida através das mitologias
As mitologias nos conectam com nossos ancestrais e nos fazem refletir sobre as grandes questões da existência humana.
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Desde o início dos tempos, a humanidade se questiona sobre a origem da vida. Muito antes da ciência oferecer explicações, as diferentes culturas criaram seus próprios mitos para explicar como tudo começou.
Mergulhando em diferentes mitologias, podemos encontrar histórias fascinantes sobre o surgimento do universo, da Terra e da vida em si. E é isso que vamos fazer, adentrar diversas mitologias e entender como cada uma explica a origem da vida. Aproveite!
Mitologia Nórdica
Inicialmente, existia apenas o Ginnungagap, um vazio infinito e gelado. Ao norte, jazia Niflheim, um reino de gelo e névoa eterna, governado pela deusa Hel. Ao sul, Muspelheim, um reino de chamas e calor intenso, dominado pelo gigante Surtr.
No centro do Ginnungagap, onde o gelo e o fogo se encontravam, surgiu Ymir, um gigante primordial. Enquanto ele dormia, surgiram do suor de seus braços e das suas pernas uma nova geração de gigantes, perpetuando assim a linhagem dos seres primordiais.
No entanto, a vida não se limitava apenas aos gigantes. Dos restos do gelo derretido de Niflheim, surgiu Audhumla, a vaca primordial, que se alimentava do sal e do gelo, gerando assim o primeiro ser humano, Búri.
Búri, por sua vez, teve um filho chamado Bor, que se uniu à gigante Bestla, dando origem aos primeiros deuses, Odin, Vili e Ve. Então, esses deuses, conhecidos como os Aesir, tornaram-se os arquitetos do mundo conhecido como Midgard, o reino dos humanos.
Além disso, Asgard, a morada dos deuses, foi erguida ao norte, conectada à Terra pela ponte Bifrost. Jotunheim, o reino dos gigantes, localizava-se ao leste, enquanto Niflheim e Muspelheim ocupavam seus lugares originais.
Para iluminar o mundo, Odin lançou faíscas de Muspelheim no céu, criando o Sol, a Lua e as estrelas. Ele também deu vida aos primeiros animais, como o corvo Huginn e o lobo Muninn, seus fiéis mensageiros.
Mitologia Egípcia
Segundo essa mitologia, tudo começou com o oceano primordial, chamado Nun, que era o estado caótico e indiferenciado do universo. Das profundezas, emergiu Atum, o deus primordial, que se autogerou em uma ilha chamada Benben. Assim, Atum gerou Shu, o deus do ar, e Tefnut, a deusa da umidade.
Dessa forma, Shu e Tefnut uniram-se e geraram Geb, o deus da terra, e Nut, a deusa do céu. Estes, por sua vez, se abraçaram, criando o mundo como o conhecemos. Contudo, Shu os separou, erguendo Nut e segurando Geb para baixo.
Os quatro filhos de Atum formaram a Ogdoad, o grupo de oito deuses primordiais que representavam as forças fundamentais do universo. Assim, Atum, Shu, Tefnut, Geb e Nut são conhecidos como os deuses de Heliópolis, a “Cidade do Sol”.
A partir deles, nasceram outras divindades importantes, como Osíris, deus da fertilidade e da agricultura, Ísis, deusa da magia e da maternidade, Seth, deus do deserto e do caos, e também Néftis, deusa da noite e da morte.
Aliás, Osíris e Ísis governaram o Egito com justiça e sabedoria. Porém, Seth, invejoso do poder do irmão, o assassinou e usurpou o trono. Ísis, com a ajuda de Thoth, deus da sabedoria, e Anúbis, deus da mumificação, ressuscitou Osíris, que então se tornou o juiz dos mortos no submundo, enquanto Ísis continuou a governar o Egito, com seu filho Hórus.
Mitologia Maori
Te Kore era um vazio infinito e escuro. Dentro dele, habitava Io, o Ser Supremo, a fonte de toda a criação. Io se dividiu em dois, criando Te Po, a noite, e Te Ao Marama, o dia. A partir dessa união, nasceram os primeiros seres, incluindo Ranginui, o céu, e Papatūānuku, a terra.
Dessa forma, Ranginui e Papatūānuku se abraçaram, dando origem ao mundo como o conhecemos. Assim, seus filhos, os Tāne Mahuta, as árvores, e os Tawhirimatea, os ventos, separaram os pais, criando espaço para a luz e a vida.
Então, Rangi, deus do céu, gerou Tāne Mahuta, o deus das florestas e dos pássaros. Tāne, por sua vez, gerou Tūmatauenga, o deus da guerra, e Rongo, o deus da agricultura. Tāne também deu origem a Hine-nui-te-pō, a deusa da noite e da morte. Assim, a origem da vida vem a partir desses deuses ancestrais.
Mitologia Hindu
Na Mitologia Hindu, a origem da vida é descrita em um contexto cósmico e espiritual, refletindo a crença na eternidade e na interconexão de todas as coisas. Assim, existia apenas Brahman, a realidade suprema e absoluta. Inclusive, Brahman é descrito como uma consciência universal, impessoal e infinita, que permeia tudo o que existe.
De Brahman, emanou Purusha, o ser primordial masculino, e Prakriti, a natureza primordial feminina. Dessa maneira, Purusha representa a consciência individual, enquanto Prakriti representa a matéria e a energia.
Sendo assim, Prakriti se manifestou em três gunas, ou qualidades: sattva (pureza), rajas (atividade) e tamas (inércia). A partir da interação das gunas, surgiram os cinco elementos básicos: terra, água, fogo, ar e éter.
Do éter, nasceu o som, que se manifestou como a palavra sagrada Om. Om é considerada a vibração primordial que deu origem ao universo. A partir do som, surgiu o Hiranyagarbha, o ovo cósmico, que continha em si todas as potencialidades da criação.
Do Hiranyagarbha nasceu Brahma, o criador. Brahma então moldou o universo, criando os deuses, os seres humanos e todas as formas de vida. Além disso, Brahma também deu origem ao ciclo de criação, preservação e destruição, que se repete eternamente.
Independente da sua crença, a origem da vida é sempre um tema extremamente lindo e simbólico em todas as culturas. Inclusive, você sabe qual é o lado invisível da realidade? Descubra por meio de um passeio pelas superstições mais populares. Até breve!